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Ecologia e Fé

15/09/2016Escritos de AQ

Por Alexandre Muniz de Queiroz

(coluna publicada no Joaçaba-Jornal de 17/2/1979)

 

Quando ainda éramos professor de Sociologia (atualmente apenas o somos de Estudos Brasileiros), costumávamos dizer em aula que das ciências modernas três são fundamentais: a Cibernética, ou das máquinas, incluída a eletrônica, sem o controle das quais o Mundo perecerá; a Demografia, que trata da população, inclusive do controle da natalidade, sem o qual o Mundo também perecerá; e a Ecologia, ou ciência do meio ambiente e suas relações, sem o estudo da qual o Mundo igualmente perecerá.

Hoje gostaríamos de falar um pouco desta última.

Mas, ao invés de fazê-lo doutoralmente, vamos nos limitar a alguns fatos ocorridos aqui mesmo em Joaçaba, porque, inclusive, quem quiser ser lido, que seja breve!

⃰⃰    ⃰    ⃰

Quando aqui chegamos, no dia 27 de abril de 1947, conduzidos pelos senhores Francisco Santini e Guerino Dalcanalli, já com quatro filhos, e depois mais três, fomos morar naquela casa, a quarta de material da cidade e que já foi nossa, à Avenida Rio Branco nr. 52, à margem esquerda do rio do Tigre.

Ali, no fundo do nosso quintal, ainda não murado, existia uma espécie de “prainha”, e nele, no às vezes impetuoso rio do Tigre, de águas puras e claras, ainda não poluídas, nossos filhos mais velhos – Perpétua, Diomário, Enéas e Lafaiete – tomavam banho e também pescavam!

Mas isso já faz “tanto tempo”, que nem é bom recordar…

– Mas “tanto tempo” assim?

– Não; apenas 30 anos!!!

⃰⃰    ⃰    ⃰

Depois… esteve por aqui, numa passagem relâmpago, mas profundamente marcante, ilustre sacerdote, Frei Paulo, por algum tempo Vigário da Paróquia.

Espírito lúcido e brilhante, mas de compleição franzina, tez pálida e quase parecendo um famélico, era todavia um prazer ouvi-lo no púlpito, nos cursos que promoveu e até mesmo nas pequenas rodas de amigos.

Ouvi-lo era dar vontade de bater palmas!

Um dia, porém, como está acontecendo agora, deu seca na Cidade e em toda a Região. Quase um “flagelo”.

Pra quem apelar, senão a Deus, através de seu Vigário?

Mas este foi infeliz, sumamente infeliz.

Aos que foram pedir licença para fazer uma procissão, recusou, dizendo: “Deus não faz milagres; deixem os homens de depredar as florestas e as chuvas voltarão”.

Dura e terrível advertência!

Talvez verdadeira na boca de um sociólogo, que ele o era primoroso, mas que jamais devera ser pronunciada por um sacerdote e Vigário de sua Paróquia.

Não foi feita a procissão, nada se fez em favor da Natureza e mesmo assim as chuvas voltaram a cair…

 

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