Memórias de Alexandre Queiroz
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Mistério nas cartas entre os primos

12/01/2017Cartas, Os primos

Entre as muitas cartas enviadas a Alexandre que temos em nosso inventário, há aquelas escritas pelos primos. No post de hoje, destacamos as cartas de Evangelina, nascida em 18/6/1906, filha mais velha da estimada tia Coletta, que teve capítulo especial no livro e de quem falaremos mais adiante, em outro post.

Nessas duas cartas, escritas num intervalo de 10 dias no ano de 1939, desponta a boa relação entre os primos, marcada pela honestidade nas palavras, pela intimidade, pela gratidão.

Para nós, leitores das cartas 77 anos depois, fica espaço para a curiosidade, a criatividade e a imaginação, já que os acontecimentos por trás das palavras não estão explicados!

Por que os bombons doces, que ela agradece tanto, fazem Evangelina lembrar de “uma pessoa obscura”?

O que terá dito ela que possa ter soado grosseiro e que Alexandre não esquece?

Por que Evangelina afirma de modo poético que não era feliz?

O que pedia Angelina nas suas orações por Alexandre (em 1939 Alexandre estudava direito em Salvador/BA, trabalhava como escriturário no Tribunal de Apelação, e tinha conhecido Dulce, sua futura esposa, em Santa Catarina, uns meses antes)?

Tem algum palpite? Escreve nos comentários pra gente, vai!

Segue abaixo a transcrição do texto das cartas.

Em 2/7/1939:

Alexandre:

Estimo que tenha passado um S. João na paz de Deus, com saúde e felicidade juntamente às queridas e boas primas, a quem estimo.

Estou aqui finalmente para agradecer-lhe sinceramente o seu delicado bilhete de parabéns, pela passagem do dia 18 de junho.

Recebi os bombons também, muito obrigada, estavam ótimos e muito doce!

Francamente, Alexandre, gostei muito não só por serem doce, como porque ali estava claro: lembrou-se da Didú!… Esta pessoa obscura que a cada momento vai se apagando da existência…

Realmente, o coração, este continua ainda jovem, maldizendo tão somente o peso da vida, e os poucos momentos de felicidade!… Em todo caso, é muito melhor não se ter experimentado nunca a felicidade do que gozá-la e depois perdê-la… Não acha?

Você não esquece aquilo que eu disse uma vez, e por vezes penso que tivesse sido um tanto indiscreta. Talvez lhe parecesse um tanto grosseira, não?

Fico aqui mais uma vez muito agradecida.

Com um abraço de estima a prima

Evangelina

***

Em 12/7/1939:

Alexandre:

Saúde.

Recebi sua carta de parabéns e já mandei para aí o agradecimento. Agradeço sinceramente as lembranças de Dulce, peço transmitir as minhas.

Faço esta para dizer – ou melhor – responder-lhe que ainda continuo rezando por você, conforme promessa minha. Não esqueci ainda não, e quando nós fazemos uma qualquer coisa de coração sem nenhum outro interesse, nunca se esquece!

Que acha?

Dei suas lembranças a Jana e Basilio, ambos riram agadecendo.

Sem mais, desejo-lhe felicidades. Peço dizer a Yvonne que quando estiver casando chame por mim, ouviu? Não ria de mim não, ouviu, estou lhe vendo de cá!

Adeus, com um sincero abraço da prima

Evangelina

Comments

Olga 12/01/2017 at 19:50 - Responder

Que carta linda (a primeira). Parece que estamos lendo Agatha Christie, com a forma de se expressar… E pensando em mistérios, acho que rolou um romance entre primos por aih 🙂

Maria Tereza 13/01/2017 at 20:56 - Responder

A Didú é ela própria, a missivista, que se acha obscura. E infeliz. Coração partido – mas por quem? Alexandre? O mistério continua…

Dulce 13/01/2017 at 22:58 - Responder

Ela tinha 33 anos e não era casada; para a época já tinha “passado da idade”… Num tempo em que, ainda mais que agora, era esperado das mulheres que casassem e tivessem filhos, talvez venha daí sua infelicidade? Da falta de um amor, que com o passar do tempo mais difícil está de acontecer?

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