Memórias de Alexandre Queiroz
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O Marechal Inocêncio Galvão de Queiroz

09/03/2017Os ascendentes

O Marechal Inocêncio Galvão de Queiroz era tio-avô de Alexandre Queiroz. Em suas reminiscências, Alexandre costumava citá-lo como um de seus “parentes Ilustres”, ao lado do Conselheiro Zacarias de Goes e Vasconcelos, político de renome nacional do II Império, primeiro presidente da província do Paraná; de seu avô Aristides Galvão de Queiroz, doutor em Matemática pela Universidade de Coimbra; ou, ainda, de seu tio Antônio Bernardo Vasconcelos de Queiroz, médico e filósofo, um homem sábio que marcou sua geração.

À época da elaboração do livro “Memórias de Alexandre Queiroz”, ainda não tínhamos acesso à publicação de 1941 do Ministério da Guerra “Marechal Graduado Inocêncio Galvão de Queiroz – Dados biográficos  1841 – 1903”, escrita pelo coronel Laurenio Lago, lançada em comemoração ao centenário de nascimento do Marechal, de onde vem toda a informação deste artigo.

Inocêncio nasceu em 6 de agosto de 1841, em Valença, Bahia. Alistou-se no exército no dia 17 de abril de 1857, antes de completar 16 anos, portanto. Cursou as aulas das Escolas Central e Militar, recebendo os graus de bacharel em matemática e ciências físicas e de engenheiro civil.

Foi nomeado alferes aluno (antigo posto militar, logo abaixo de tenente) em 4 de junho de 1859, promovido a segundo-tenente em 2 de dezembro de 1861 e elevado  a todos os postos até marechal graduado em 4 de outubro de 1902. Obteve as promoções de primeiro-tenente e capitão durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), em que começou fazendo parte da Comissão dos Engenheiros, e foi promovido por merecimento aos postos de major a coronel.

Durante a mencionada guerra, comandou diversos batalhões, tendo sucesso em muitas marchas e travessias. Numa delas, em julho de 1868, mesmo doente cumpriu seu dever, “sempre encorajando e animando com seu entusiasmo os soldados da companhia”; mas, tendo atravessado diversos banhados em vários pontos, foi-lhe necessário voltar carregado para o acampamento devido ao seu estado de saúde.

“Muitas vezes foi elogiado em ordem do dia do batalhão como exemplo entre aqueles que não se lembram do descanso senão depois de terem cumprido todos os seus deveres”, disse o coronel Conrado Maria da Silva Bittencourt, comandante do batalhão, atestando os serviços de Inocêncio, pronunciamento que terminou declarando que o julga “superior a qualquer elogio que lhe possa fazer”.

Como engenheiro Inocêncio trabalhou de 1871 a 1876 no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, destacando-se na comissão dos estudos de prolongamento da estrada de ferro da Bahia. Em 17 de abril de 1876 foi nomeado diretor das obras militares da província de Alagoas, havendo exercido interinamente, em 1884, o cargo de fiscal da estrada de ferro Central de Alagoas.

Em decreto de 13 de junho de 1888, D. Pedro II resolveu nomeá-lo comandante das armas da província do Amazonas, cargo de que foi exonerado cerca de um ano depois.

Trabalhou ainda na Escola Superior de Guerra e na Escola Militar do Ceará, e como diretor geral das obras militares da Bahia.

Chegou a ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, em decreto de 19 de setembro de 1894, pelo marechal Floriano Peixoto, mas não tomou posse do cargo por haver o Senado, em sessão secreta de 1º de outubro, negado aprovação à nomeação.

Em 1895, foi nomeado comandante de todas as forças em operações no Rio Grande do Sul, que passava pela chamada “Revolução Federalista”, guerra civil ocorrida no sul do Brasil que pretendia maior autonomia para os estados. O Marechal Inocêncio conseguiu apaziguar o conflito, o que culminou na assinatura de um protocolo de paz em 23 de agosto de 1895 na cidade de Pelotas. (Foi essa a revolução pacificada pelo Marechal Inocêncio e não a Revolução Farroupilha, como costumava dizer Alexandre e como consta no livro.)

Nos anos seguintes, foi eleito senador pelo estado da Bahia.

Sobre sua vida pessoal, casou-se com Josefina Amália do Carmo Galvão de Queiroz e teve dois filhos, Alexandre e Amália.

O Marechal Inocêncio faleceu em 12 de maio de 1903, na cidade de Salvador, tendo sido sepultado no cemitério da capela de Nossa Senhora do Desterro, distrito de Maricoaba, cidade de Valença, na Bahia.

Em sessão de 14 de maio daquele ano da Câmara dos Deputados, foi aprovado requerimento em que se pediu que fosse lançado em ata “um voto de sincero e profundo pesar pela morte no benemérito general (sic) Inocêncio Galvão de Queiroz, que realizou na vida o ideal democrático de soldado-cidadão”.

Hoje, uma das pontes de Valença, sobre o rio Una, leva seu nome. Na foto em destaque (acima), a ponte na década de 1950 (inaugurada em 1952) quando ainda levantava uma parte para a passagem de embarcações. Abaixo, a ponte hoje.

P.S.: Agradecemos a contribuição de Murilo Galvão de Queiroz, bisneto de Inocêncio, que nos mandou a obra com os dados de nosso biografado.

Comments

Maria Tereza 10/03/2017 at 15:27 - Responder

Pois tive o prazer de conhecer pessoalmente em Brasília, há duas semanas, este bisneto de Inocêncio (também neto de um Alexandre – ou seria da Amália?), o primo Murilo. A internet possibilitando ampliar o conhecimento e os laços familiares…

admin 10/03/2017 at 19:56 - Responder

Isso mesmo! Murilo é neto de Alexandre, filho de Raymundo!

Murilo Galvao 11/03/2017 at 12:21 - Responder

Muito grato a vocês pela justa homenagem ao Marechal

murilo galvão 07/05/2017 at 12:42 - Responder

Pois o meu prazer foi ainda maior. Primeiro, por “descobrir” uma prima, Dulce, agora na Nova Zelândia (os Alexandre ficariam orgulhosos !); segundo, por conhecer pessoalmente Maria Tereza, mãe de Dulce ; e ainda me presentearam com um livro, excelente trabalho, por sinal, com a história da família. Muito obrigado a vocês.

Ivan Costa da Cunha Lima 30/05/2019 at 20:58 - Responder

Inocêncio Galvão de Queiroz era meu bisavô, pai de vovó Lili, Amália Galvão de Quiroz Costa (nascida Galvão de Queiroz, falecida em Salvador em 1952. Tenho comigo alguma de suas medalhas, as mais importantes do Império. Na família tínhamos a caneta com que assinou a pacificação da revolução federalista, mas desapareceu misteriosamente numa festa em família quando eu era jovem, e não se falou mais no assunto. Voltei à Bahia depois de muitos anos, não conheço ninguém da família aqui. Passando por Valença, tudo isso me vem à lembrança.

admin 31/05/2019 at 02:55 - Responder

Primo Ivan!! Que ótimo ter você por aqui! Adoraria ter fotos dessas medalhas! Por favor, me escreva: contato@memoriasdealexandrequeiroz.com.br
Uma pena a caneta ter sumido!! Seria um tesouro e tanto! Grande abraço da Dulce

Camila Galvão de Queiroz 24/08/2019 at 15:09 - Responder

Que curioso, meu pai João Mauricio era filho de um Innocencio (note que esse era com dois “n”s no rg de meu pai). Claro que não seria o mesmo já que meu pai nasceu nos anos 30, bem depois do falecimento desse Inocencio, mas ficaria grata em saber mais sobre a historia

    admin 29/10/2019 at 18:45 - Responder

    Que legal, Camila! Os nomes se repetem bastante na família: Aristides, Antônios, Inocêncios! Com certeza somos parentes! 🙂

    GILSON ANTUNES DA SILVA 03/07/2020 at 08:27 - Responder

    Camila, seu pai era filho de Innocêncio Galvão de Queiroz. Estou pesquisando a obra de seu avô aqui em Valença, BA. Gostaria muito de ter o contato de alguém da família

Arlete Galvão de Queiroz 12/11/2020 at 12:59 - Responder

Camila, sou Arlete, bisneta do Marechal Inocêncio. O filho do Marechal, chamado Alexandre, que era meu avô, teve um filho de nome Inocêncio, nascido em 1900. Ele saiu da Bahia e foi para o Rio, onde se casou. Inocêncio foi jornalista, tradutor, colaborador de uma então importante revista chamada “O Malho”. Pelo que ouvi na família, Inocêncio teve um filho de nome João Maurício. Suponho q seja seu pai. Caso vc queira, me mande seu email e eu te envio fotos de Inocêncio (que suponho seja seu avô paterno). Tenho até uma foto de João Maurício ainda criança.

Antonio André Queiroz Alves 15/02/2021 at 19:55 - Responder

Amigos , sou tataraneto do Marechal Inocencio Galvão. Minha mãe, neta do mesmo , ainda viva com seus 87 anos , Regina Célia , mora em Valença-Ba, cidade natal do Marechal . Ainda pertence a Familia a fazenda onde o mesmo nasceu e diversos marcos de sua passagem como fotos e escritos. Grande abraço a todos !!!

    admin 18/02/2021 at 19:38 - Responder

    Que bom ter você por aqui, Antonio! Fotos e escritos, é? Isso muito me interessa! Quem sabe você consegue me mandar alguma coisa por email? Digo, foto dos documentos, por exemplo?

Dario Galvão de Queiroz Neto 28/02/2021 at 09:36 - Responder

Parabéns pela obra, fiquei muito feliz em saber um pouco mais sobre nossa ilustre família. Sou neto de Dario, um dos filhos de Alexandre do Carmo Galvão de Queiroz.

    Murilo Galvão 15/05/2023 at 17:29 - Responder

    Então, meu primo de segundo ou terceiro gráu !

Felippe José Galvão de Queiroz Neto 18/03/2021 at 19:07 - Responder

Me pergunto por curiosidade se tenho algum parentesco mesmo que distante com ele . Excelente texto informativo.

Galeno José Galvão Mocitaiba 18/04/2021 at 11:34 - Responder

Primos, sou Galeno Galvão, residente em Valença, trineto de Mal. Inocêncio. Minha saudosa mãe, Cristina Maria, era bisneta do mesmo, filha de Dario Galvão de Queiróz. filho de Cel. Alexandre, que por sua vez, era filho do Mal. Inocêncio. À disposição. Abraços.

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