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Respingos

30/03/2017Escritos de AQ, Jornais

Por Alexandre Muniz de Queiroz

(escrita em 23/06/1979)

[Como já dissemos em outras ocasiões, na década de 1970 Alexandre costumava escrever semanalmente para o Joaçaba-Jornal. A coluna se chamava “Respingos” e tratava de acontecimentos do momento. Passados quase 40 anos do artigo deste post, nos arriscamos a dizer que certos comentários de Alexandre continuam atuais.]

É interessante observar como os homens, os grupos e as nações procedem semelhantemente. Dir-se-á que os grupos e as nações são formados de homens. Certo. Mas há enormes diferenças entre eles. Os homens, os grupos e as nações, individualmente, têm personalidades próprias, nitidamente diferenciadas umas das outras.

Vem a propósito o fato dos Estados Unidos, que, apesar de serem paladinos da Democracia e pressionarem para que todos os povos a adotem como forma de governo, como na velha história “italiana” – faça o que eu digo, não faça o que eu faço –, só porque teve uma decisão do Tribunal do Chile contrária às suas pretensões – que podem ser das melhores, mas que o tribunal chileno assim não julgou ser –, inconformados e irritados com a decisão, chamaram o seu Embaixador ali sediado, como protesto e primeiro passo para o rompimento das relações democráticas. Posteriormente, porque os árabes e países comunistas, em grande maioria, pretendem suspender os direitos de voto de Israel na assembleia geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), os EUA ameaçam sair da organização, caso isso aconteça, como já ocorreu na OIT (Organização Internacional do Trabalho), abandonando-a.

Perguntamos, pois, como “democrata”: Onde está a sua propalada Democracia? Ou ela é aquela que dá direito de todos terem opinião própria, contanto que seja igual à sua?

***

Criticando a inoperância do sistema da múltipla escolha no atual ensino brasileiro, do Jornal de Santa Catarina, edição de 8 do corrente, é o seguinte tópico: “Não teriam os chamados testes de múltipla escolha, como os que são adotados nos exames supletivos e nos próprios vestibulares, algo a ver com as deeficiências do ensino de hoje, com reflexos tão desastrosos na formação da nossa juventude? A resposta, evidentemente, só pode ser positiva. Ao lado de muitas outras deficiências, como a implantação do ensino profissionalizante de maneira açodada, prioridade aos cursos técnicos sem qualquer embasamento humanístico, são os grandes responsáveis pelo nível atual do ensino no Brasil. Analisando-se detalhadamente a questão dos testes de múltipla escolha, tornados obrigatórios para, poderíamos dizer, um melhor aproveitamento do tempo, chega-se à triste conclusão de que se tornam, infelizmente, uma perda de tempo. O teste, que à primeira vista serviria para avaliar os conhecimentos dos candidatos, acaba não avaliando coisíssima alguma. Basta um pouquinho de sorte para que os tão conhecidos “chutes” acabem aprovando quem não poderia e não deveria ser aprovado. O resultado dessa política de ensino às avessas é o que estamos vendo: advogados formados estão atuando na comunidade, como declarou recentemente o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção de Santa Catarina, depois de terem frequentado um curso superior, permanecendo na condição de semi-analfabetos”…

Poderíamos contribuir com um pouco mais, dando o nosso testemunho pessoal sobre ambos os assuntos; mas, desta vez, em “homenagem” aos colegas advogados atingidos pelo reparo, preferimos silenciar…

[Nota do blog: Alexandre costumava dizer que “devemos sempre falar a verdade, mas nem sempre toda a verdade”… ;)]

Comments

Olga 04/04/2017 at 13:01 - Responder

Muito bom! QUe bem escrito, carregando uma crítica incisiva se vermos que foi escrito em tempos de ditadura. E ambos os textos atualíssimos 🙂
Parece uma daquelas histórias do Trump…. O segundo, então, uma análise da educação massificada, exigente de produtividade, sem preparo reflexivo – tal qual sofremos hoje, não?!

admin 04/04/2017 at 20:02 - Responder

Captasse totalmente a mensagem! Ótimo comentário, querida! Assino embaixo!

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